Epilepsia: vida sem crise no paciente infantil

Entenda o que é preciso para a criança com epilepsia tenha qualidade de vida.

POR MAGALI BALLOTI

A epilepsia é uma condição neurológica caracterizada pela ocorrência de crises epilépticas. Tais crises são decorrentes de uma descarga anormal das células cerebrais responsáveis pela transmissão dos impulsos nervosos e não são provocadas por eventos pontuais ou externos. É uma doença que possui grande impacto na qualidade de vida, especialmente em crianças e adolescentes, tanto por conta do estigma quanto pela interferência em atividades da vida diária.1

Por esses motivos, além de dedicar doses extras de carinho e dedicação, quem tem uma criança com epilepsia em casa precisa de muita atenção, principalmente com a administração correta de medicamento e as consultas periódicas com um especialista, mantendo-as sempre em dia. Esses são os cuidados mais eficazes de garantir que a criança possa desenvolver suas atividades diárias sem colocar em risco sua saúde física ou emocional.

É responsabilidade dos pais e cuidadores promover a autonomia, a adesão ao tratamento, o bem-estar e a autoestima dessa criança. Mas, além disso, é necessário evitar a superproteção e combater o preconceito por parte da sociedade. Você pode fazer isso mantendo-se atualizado sobre o tema e fornecendo informações claras e seguras sobre a doença e seu tratamento à criança e às pessoas próximas e que convivem com ela. Assim, você criará um ambiente saudável e acolhedor para todos.

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A importância da adesão ao tratamento

Ao não realizar o tratamento de acordo com a prescrição médica, com a administração de medicamento nos dias e horários estabelecidos pelo profissional, a criança com epilepsia fica exposta a diversas complicações, que afetam diretamente seu bem-estar e sua qualidade de vida. As mais frequentes são:

  • as recidivas (retorno das crises) que podem levar a acidentes e fobias;
  • crises mais longas, que levam à internação hospitalar e podem ocasionar sequelas cognitivas;
  • alterações de comportamento (depressão, ansiedade);
  • risco de efeitos adversos medicamentosos (sonolência, redução da concentração, dificuldade de equilíbrio, mudança do humor, agitação e distúrbios hematológicos) e de novas crises, em razão da descontinuidade do tratamento.

Como lidar com a epilepsia

A superproteção por parte dos pais e cuidadores, na maioria das vezes, é mais prejudicial do que benéfica para a criança com epilepsia, pois pode fazer com que a patologia se transforme em um problema ainda maior. Portanto:

  • encare a epilepsia com naturalidade, tendo em mente que a doença pode ser perfeitamente controlada com o tratamento indicado pelo especialista;
  • não exponha a criança a comentários desnecessários no meio social;
  • oriente a escola para que, ofereça a seu filho o mesmo tratamento dedicado às demais crianças. Exceções devem ser feitas mediante orientações médicas.
  • em casa, não diferencie o tratamento da criança com epilepsia do modo como trata os irmãos, por exemplo. Ela deve ser tratada e incentivada como qualquer outra criança.
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Cuidados indispensáveis

Após o diagnóstico e durante todo o tratamento, algumas atitudes e cuidados devem ser tomados, visando o bem-estar e a qualidade de vida da criança com epilepsia:

  • comunique parentes e amigos sobre a doença, para que eles possam estar preparados e prontos para ajudar em caso de crises;
  • na escola, conscientize diretores, professores e colegas mais próximos para que saibam como agir durante e após uma crise;
  • providencie uma identificação de pessoa com epilepsia para a criança. Ela deve conter informações como diagnóstico, medicamentos de urgência, contatos e nome e telefone do médico que acompanha o tratamento;
  • fique atento ao comportamento e aprendizagem escolar da criança. A epilepsia pode estar associada a transtornos psiquiátricos e comportamentais que podem interferir no rendimento escolar;
  • estabeleça um horário para a administração do medicamento, programe o alarme do celular para evitar o esquecimento de alguma dose;
  • não reduza ou fracione a dose do medicamento prescrito pelo médico por conta própria. O sucesso do tratamento depende do uso contínuo da dose adequada para cada caso;
  • tenha a medicação sempre disponível. Isso é fundamental para a segurança física e emocional da criança;
  • cuide para que os fatores desencadeantes das crises sejam evitados.

Durante uma crise convulsiva

Durante uma crise convulsiva, a criança deve permanecer, de preferência, deitada de lado. Sua cabeça deve ser protegida, afastando os objetos mais próximos. Dessa maneira, evitam-se machucados e facilita-se a saída de secreções pela boca. É importante saber que nada deve ser introduzido na boca da criança para impedir que sua língua se enrole. Esse procedimento nunca é recomendado. Em caso de ferimentos, o serviço de urgência e emergência deve ser acionado.

As crises epilépticas, em geral, são breves, geralmente passam sozinhas e duram entre poucos segundos e, no máximo, três minutos. Nesses casos, após a crise, coloque a criança para descansar, acomodando-a em local confortável. Em caso de crise prolongada, com duração de mais de cinco minutos, deve-se contatar o médico que acompanha o paciente e buscar atendimento de emergência para as condutas mais adequadas.

Referências:

1 Associação Brasileira de Epilepsia (ABE) - https://epilepsiabrasil.org.br. Acessado em 04/04/2022.

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SUPERVISÃO TÉCNICA

Dra. Maria Luiza Giraldes de Manreza – CRM 17097-SP
Doutora em Neurologia; supervisora da disciplina de Neurologia
Infantil do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo (FMUSP)

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