A epilepsia é uma condição neurológica caracterizada pela ocorrência de crises epilépticas. Tais crises são decorrentes de uma descarga anormal das células cerebrais responsáveis pela transmissão dos impulsos nervosos e não são provocadas por eventos pontuais ou externos. É uma doença que possui grande impacto na qualidade de vida, especialmente em crianças e adolescentes, tanto por conta do estigma quanto pela interferência em atividades da vida diária.1
Por esses motivos, além de dedicar doses extras de carinho e dedicação, quem tem uma criança com epilepsia em casa precisa de muita atenção, principalmente com a administração correta de medicamento e as consultas periódicas com um especialista, mantendo-as sempre em dia. Esses são os cuidados mais eficazes de garantir que a criança possa desenvolver suas atividades diárias sem colocar em risco sua saúde física ou emocional.
É responsabilidade dos pais e cuidadores promover a autonomia, a adesão ao tratamento, o bem-estar e a autoestima dessa criança. Mas, além disso, é necessário evitar a superproteção e combater o preconceito por parte da sociedade. Você pode fazer isso mantendo-se atualizado sobre o tema e fornecendo informações claras e seguras sobre a doença e seu tratamento à criança e às pessoas próximas e que convivem com ela. Assim, você criará um ambiente saudável e acolhedor para todos.
A importância da adesão ao tratamento
Ao não realizar o tratamento de acordo com a prescrição médica, com a administração de medicamento nos dias e horários estabelecidos pelo profissional, a criança com epilepsia fica exposta a diversas complicações, que afetam diretamente seu bem-estar e sua qualidade de vida. As mais frequentes são:
Como lidar com a epilepsia
A superproteção por parte dos pais e cuidadores, na maioria das vezes, é mais prejudicial do que benéfica para a criança com epilepsia, pois pode fazer com que a patologia se transforme em um problema ainda maior. Portanto:
Cuidados indispensáveis
Após o diagnóstico e durante todo o tratamento, algumas atitudes e cuidados devem ser tomados, visando o bem-estar e a qualidade de vida da criança com epilepsia:
Durante uma crise convulsiva
Durante uma crise convulsiva, a criança deve permanecer, de preferência, deitada de lado. Sua cabeça deve ser protegida, afastando os objetos mais próximos. Dessa maneira, evitam-se machucados e facilita-se a saída de secreções pela boca. É importante saber que nada deve ser introduzido na boca da criança para impedir que sua língua se enrole. Esse procedimento nunca é recomendado. Em caso de ferimentos, o serviço de urgência e emergência deve ser acionado.
As crises epilépticas, em geral, são breves, geralmente passam sozinhas e duram entre poucos segundos e, no máximo, três minutos. Nesses casos, após a crise, coloque a criança para descansar, acomodando-a em local confortável. Em caso de crise prolongada, com duração de mais de cinco minutos, deve-se contatar o médico que acompanha o paciente e buscar atendimento de emergência para as condutas mais adequadas.
Referências:
1 Associação Brasileira de Epilepsia (ABE) - https://epilepsiabrasil.org.br. Acessado em 04/04/2022.
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SUPERVISÃO TÉCNICA
Dra. Maria Luiza Giraldes de Manreza – CRM 17097-SP
Doutora em Neurologia; supervisora da disciplina de Neurologia
Infantil do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo (FMUSP)
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Maio/2022
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