Dados da Organização Mundial da Saúde apontam que a epilepsia afeta aproximadamente 50 milhões de pessoas no mundo. Estima-se que mais de 8 milhões de pessoas sofram com essa condição somente na América Latina1 e no Brasil esse número chega a cerca de 2,5 milhões de pessoas2. E mais: segundo a Organização Pan-Americana de Saúde, mais da metade desses pacientes não estão em tratamento1. Mas você sabe o que é epilepsia?
A epilepsia é uma condição neurológica causada por crises epilépticas recorrentes, que ocorrem graças a breves perturbações nas funções elétricas cerebrais. Chamadas também de crises ou ataques, elas acontecem quando há uma súbita interrupção na forma como o cérebro trabalha. As crises de epilepsia são divididas em grupos, dependendo da região em que as mesmas ocorrem no cérebro, da consciência (se foi afetada ou não) e de outros sintomas envolvidos.1, 4
Tipos de crises e como ocorrem
Vamos entender quais são os tipos de crises de epilepsia? As crises focais ou parciais ocorrem quando a atividade está limitada a uma parte do hemisfério cerebral. Entre elas, há dois tipos: a crise focal consciente, reconhecida como um simples ataque parcial (perceptiva); e crise focal com consciência comprometida, em que a pessoa tem percepção afetada e pode ficar confusa (crise desperceptiva). A crise pode se espalhar para os dois hemisférios (a crise torna-se generalizada, em geral com convulsões tônico-clônicas).5
As crises epilépticas também influenciam o nível de consciência da vítima durante a crise. A crise generalizada ocorre quando há dissipação da atividade do ataque nos dois lados do cérebro. Entre os diferentes tipos de ataque generalizado, estão: crise de ausência (breves lapsos de atenção), crise tônico-clônica ou convulsiva (abalos musculares generalizados, salivação excessiva, a pessoa pode morder a língua e perder urina e fezes), crise atônica (perda da rigidez muscular e quedas), crise clônica (abalos rítmicos de cabeça e membros), crise tônica (perda da consciência, rigidez muscular, quedas) e crise mioclônica (contração muscular brusca). Após a ocorrência de uma dessas crises é recomendável que a pessoa descanse.3, 5
Embora possa atingir pessoas de qualquer idade, a doença é normalmente diagnosticada em durante a adolescência, início da vida adulta e após os 60 anos.6 Algumas das causas da epilepsia são dificuldades durante o nascimento/parto, infecções ou acidentes. O acidente vascular cerebral é a causa mais comum de epilepsia em adultos com mais de 35 anos.7
A epilepsia possui implicações econômicas significativas em termos de necessidade de cuidados de saúde, morte precoce e perda da produtividade no trabalho. Embora os efeitos sociais variem de país para país, a discriminação e o estigma social que rodeiam a epilepsia mundialmente são frequentes e mais difíceis de superar que as próprias crises epilépticas. As pessoas com a doença podem ser alvo de preconceito, o que pode desencorajá-las a buscar o diagnóstico correto, procurar um tratamento adequado para os sintomas, podendo prejudicar as perspectivas futuras do paciente.8