Quando falamos sobre crises, talvez a primeira imagem para os que não têm muito conhecimento sobre o assunto é a de alguém salivando excessivamente, tremendo de forma descontrolada e caído no chão. Porém, alguns comportamentos que também podem sinalizar crise, não são tão característicos, e isso deve ser observado com maior cuidado no ambiente escolar. Alguns destes comportamentos são: pessoa puxando as roupas, parecendo embriagada, vagando sem rumo, com o olhar perdido, confusa ou, em caso de queda, corpo enrijecido etc.3
Se a crise for assistida pelos colegas do aluno com epilepsia, deve-se aproveitar a oportunidade para dar uma explicação simples sobre o ocorrido e sobre o que fazer para ajudar, caso ocorra uma nova crise.2 Salientar que crises não doem e não são contagiosas (veja abaixo como proceder na ocorrência de uma crise). A discussão e a prática de primeiros socorros podem ajudar a desenvolver uma atitude de aceitação. É importante que o aluno com epilepsia seja incluído nessa discussão.
Durante a crise: fique calmo e peça para que toda a classe fique calma. Não tente parar a crise e cuide para que o aluno em crise não se machuque, mantendo-o longe de qualquer objeto que possa feri-lo, colocando qualquer coisa macia sob a cabeça. Não coloque nada na boca do aluno em crise. Deite-o de lado com a cabeça elevada para que possa respirar bem e não aspirar o conteúdo do estômago para os pulmões.2
Após a crise: espere que a crise termine espontaneamente e depois deixe-o repousar ou dormir, ficando com ele até que se recupere. O aluno deve ser levado para o atendimento médico especialmente quando for a primeira crise, se a crise durar mais de 10 minutos, se ela se repetir em intervalos breves, ou se o aluno tiver sofrido algum tipo de ferimento. Em casos de dúvida, sempre levá-lo ao serviço de saúde mais próximo ou chamar o resgate. Avise a família e questione sobre eventos anteriores assim como o uso de medicamentos para epilepsia. É comum que os pais omitam a informação sobre o tratamento da epilepsia em seus filhos pelo medo de discriminação. A falta da tomada de medicamentos é a maior causa de crises na escola.2
É importante salientar que qualquer pessoa pode ter epilepsia. A ABE alerta que a epilepsia não atinge determinada classe, religião, padrão físico, biológico ou estético e que a maioria das pessoas que têm a doença podem levar uma vida normal com acompanhamento regular e uso de medicação.3