Pequeno notável

O anel vaginal é um método contraceptivo prático e seguro

POR MAGALI BALLOTI

Nas últimas décadas, o Brasil vem apresentando queda na taxa de fecundidade, assim como vários países da América Latina.1 Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que a taxa de fecundidade no território brasileiro vem caindo de forma significativa. Na década de 60, essa taxa era de cerca de seis filhos por mulher; em 80, quatro filhos por mulher; no ano 2000, a taxa de fecundidade era de 2,2 filhos e, em 2020, uma média de 1,65 filhos.2

Diante desses dados podemos concluir que o planeamento familiar permite que as pessoas atinjam o número desejado de filhos, e determinem o espaçamento das gestações. E esses objetivos são conquistados com uso de métodos contraceptivos e do tratamento da infertilidade.3

Existem muitos tipos métodos contraceptivos, com as mais variadas taxas de eficácia. Vale dizer que essa eficiência também depende do uso correto do sistema escolhido. A equipe médica é um personagem importante para ajudar na busca de um método que seja eficaz e aceitável.4 Entre as opções disponíveis no mercado está o anel vaginal. Já ouviu falar?

Conheça o anel vaginal
Este é um método contraceptivo prático e seguro que as mulheres encontram no mercado. Trata-se de um método hormonal que, ao ser inserido no canal vaginal, libera diariamente pequenas quantidades de hormônios que impedem a ovulação. Deve ser trocado todos os meses, permitindo a mulher livre de preocupações com o método contraceptivo até a data da troca.5 Além disso, em geral, o anel causa menos efeitos colaterais do que os contraceptivos orais.

Como ele funciona?
O anel vaginal é um método contraceptivo hormonal combinado, composto de um anel flexível e transparente, que contém 2,7 mg de etinil estradiol e 11,7 mg de etonogestrel (hormônio sintético que se assemelha à progesterona) liberados de forma uniforme.5 Esses dois hormônios trabalham juntos para prevenir a gravidez: impedem que os ovários liberem um óvulo e alteram o muco cervical evitando que os espermatozoides cheguem ao óvulo.6

Cada anel deve ser usado por um ciclo (21 dias), liberando diariamente 120 mcg de etonogestrel e 15 mcg de etinilestradiol durante esse período (3 semanas). Antes de utilizar um novo anel, é preciso dar uma pausa de sete dias, e a colocação deve ser feita no mesmo horário em que foi colocado o anterior.5

Como utilizar o anel vaginal?7
A colocação é muito importante, pois o anel não deve causar desconforto algum. Veja abaixo o passo a passo para utilizá-lo sem problemas:

  1. Escolha uma posição confortável. Pode ser deitada, agachada ou em pé apoiando uma das pernas em algum móvel.
  2. Aperte o anel, juntando as bordas até que se pareça com o símbolo do infinito.
  3. Introduza delicadamente no canal vaginal.
  4. Empurre o anel até não sentir a sua presença.
  5. Pronto, agora é só esperar três semanas, retirar o anel e, após 7 dias, colocar um novo.

Vantagens
A principal vantagem do anel vaginal é acabar com o esquecimento, além de sua facilidade de uso com apenas uma colocação mensal. Os benefícios são semelhantes aos dos contraceptivos hormonais orais: regulariza a perda sanguínea, reduzindo o fluxo e a sua duração. Ou seja, proporciona à mulher um estado de bem-estar físico. Além disso, em comparação aos métodos contraceptivos orais, o anel vaginal oferece menor chance de sangramentos de escape (sangramento vaginal leve que ocorre fora do período menstruação).

As informações são fornecidas somente para fins informativos e não substituem a orientação médica ou de outro profissional de saúde. Você não deve utilizar a informação contida aqui para diagnosticar um problema de saúde ou doença. Sempre consulte um médico ou outro profissional de saúde.

Referências:

1Scielo – Saúde Pública. Uso de contracepção e desigualdades do planejamento reprodutivo das mulheres brasileiras. Acessado em setembro/24. Disponível em https://www.scielosp.org/article/csc/2021.v26suppl2/3493-3504/
2Jornal da USP - IBGE registra queda da taxa de natalidade no Brasil. Acessado em setembro/24.
Disponível em https://jornal.usp.br/radio-usp/ibge-registra-queda-da-taxa-de-natalidade-no-brasil/
3Organização Mundial da Saúde (OMS). Contracepção – Visão geral. Acessado em setembro/24. Disponível em https://www.who.int/health-topics/contraception#tab=tab_1
4Organização Mundial da Saúde (OMS). Contracepção -Métodos contraceptivos. Acessado em setembro/24. Disponível em https://www.who.int/health-topics/contraception#tab=tab_3
5Finoti, Martta. Manual Anticoncepção / Martta Finoti. São Paulo: Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), 2015.
6Cleveland Clinic. Vaginal Ring. Acessado em setembro/24. Disponível em https://my.clevelandclinic.org/health/articles/24157-vaginal-ring
7Referenciado Bula de Livanel® - Abbott. Acessado setembro/24. Disponível em https://www.abbottbrasil.com.br/nossas-bulas/livanel-etonogestrel-etinilestradiol.html