Você pode não querer falar sobre isso. Não com seu médico, não com seu parceiro. Entretanto é preciso falar sobre infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). Mas você sabe por quê?
As doenças sexualmente transmissíveis são comuns, especialmente entre os jovens. De acordo com o Ministério da Saúde, foram registrados cerca 1 milhão de novos casos de ISTs no Brasil em 2019, o que corresponde a 0,6% da população com 18 anos de idade ou mais.
Trata-se de uma lista de condições que você pode não estar totalmente familiarizado: clamídia, gonorreia, sífilis, vírus da imunodeficiência humana (HIV), papilomavírus humano (HPV) e vírus herpes simplex (HSV). E você pode precisar ser testado para eles regularmente. São testes simples – coleta de sangue, urina ou um swab (cotonete) – que podem ajudar seu médico a diagnosticar e tratar as ISTs, que muitas vezes não apresentam sintomas ou são leves, mas podem ser prejudiciais se deixadas sem controle e com risco de ser transmitidas para outras pessoas.
Como proteger-se
É importante que pessoas que são sexualmente ativas, especialmente se mudar ou tiver mais de um parceiro, considerem exames regulares para diagnosticar possíveis ISTs. De fato, de acordo com o Ministério da Saúde, realizar a testagem é uma das coisas mais importantes que você pode fazer para manter-se saudável.
Se você e seu parceiro são sexualmente ativos, converse com um médico sobre quais exames de IST obter antecipadamente. Pergunte sobre vacinas contra HPV e hepatite B e se é recomendado recebê-las. Além disso, usar corretamente preservativos toda vez que faz sexo pode ajudar a se proteger. Por isso, não é seguro parar de usar preservativos a menos que ambos tenham sido testados, saibam sua atual condição, e estejam em uma relação mutuamente monogâmica.
Basta uma visita ao seu médico ou instituição que faça exames de IST. Embora as triagens não sejam feitas automaticamente como parte de exames físicos, ou de bem-estar, peça para fazer aqueles que estiverem disponíveis. Se você não se sentir confortável em falar sobre ISTs com seu médico ou profissional de saúde, existem unidades de saúde ou clínicas que realizam esses testes de forma confidencial e gratuita, ou ainda com baixo custo.
Por que eu deveria ser testado?
Muitas ISTs não causam sintomas óbvios. Você ou seu parceiro podem não ter sintomas, ou podem ter sintomas leves que são facilmente confundidos com outra coisa. Por exemplo, a clamídia não causa sintomas na maioria das pessoas contaminadas. Quando é sintomática, a clamídia pode causar liberação de secreção pelo pênis ou vagina, ardência ao urinar, dor durante a relação sexual para mulheres e ardor ao redor da uretra para os homens.
Esses sintomas não devem ser ignorados. Se não diagnosticada e não tratada, eventualmente, a clamídia pode causar danos a longo prazo, como doença inflamatória pélvica em mulheres e infertilidade para homens e mulheres. No entanto, se você for testado e diagnosticado, a clamídia pode ser curada com o uso simples de antibióticos orais para você e seu parceiro.
O HIV também pode não apresentar sintomas por algum tempo após a infecção, e algumas pessoas podem não perceber esses sintomas. Algumas pessoas experimentam sintomas parecidos com gripe de duas a quatro semanas depois de contrair o vírus. Durante essa fase do HIV, o vírus ainda está ativo, mas se reproduz em níveis muito baixos. As pessoas podem não ter nenhum sintoma ou se sentir doentes durante este tempo. Se não tratada, no entanto, a condição pode progredir para a AIDS.
Pessoas que progridem da infecção pelo HIV para a AIDS têm sistema imunológico severamente comprometido e começam a desenvolver um número crescente de doenças graves, chamadas doenças oportunistas. Com o tratamento, no entanto, especialmente quando a infecção pelo HIV é diagnosticada precocemente, pesquisas mostraram que as pessoas vivendo com HIV têm uma expectativa de vida muito parecida com a de pessoas sem a doença.
A única maneira de ter certeza se você tem HIV é fazendo o teste. Conhecer seu status é importante porque ajuda você a tomar decisões saudáveis para evitar o contágio ou a transmissão do HIV.