Viver é mais do que sobreviver

A pessoa com HIV pode – e deve! – manter uma rotina ativa. O fundamental é seguir as recomendações da equipe que acompanha o seu tratamento 

Hoje, graças ao coquetel de medicamentos, a pessoa com HIV pode ter uma qualidade de vida bem importante. Os remédios reduzem a carga viral deixando-a indetectável nos exames de sangue e a infecção, intransmissível.

A questão, agora, é conviver bem com o HIV e com os remédios usados para controlá-lo. Por isso, é importante manter a bateria de exames em dia, não faltar às consultas periódicas, manter a carteirinha de vacinação em dia com o calendário próprio para pessoas HIV positivas oferecido pelo Sistema Único de Saúde, o SUS. E mais: adotar o estilo de vida equilibrado, adotando uma alimentação saudável e e uma rotina de exercícios físicos.

Orientação é fundamental

A pessoa HIV positiva deve manter uma rotina ativa, combinando treinos aeróbicos com os de resistência. Mas, é preciso lembrar que é fundamental seguir as recomendações da equipe especializada que acompanha o seu tratamento.

Além disso, fazer, mais do que nunca, todos os exames prévios que normalmente são aconselhados antes de alguém iniciar um programa de atividade física. Afinal, quem é soropositivo vive mais propenso a ter diabetes, hipertensão e obesidade, doenças crônicas que exigem uma orientação mais cuidadosa para se exercitar com segurança. Os exames ajudam a prevenir surpresas!

Meia dúzia de benefícios

  1. Quando você se exercita, a resistência ao hormônio da insulina diminui. Logo, ajuda a espantar a ameaça do diabetes que vive rondando quem usa antirretrovirais.
  2. O perfil lipídico – gorduras no sangue – também melhora. Isso é ótimo para quem, em função do tratamento, precisa redobrar para não formar placas nas artérias.
  3. A massa muscular aumenta, o oposto do que costuma acontecer com quem vive com HIV e permanece sedentário. E tem mais: a musculatura, ao se movimentar durante os treinos, produz um hormônio chamado irisina, que dá uma força ao sistema imunológico.
  4. Os treinos de resistência ajudam a melhorar a densidade dos ossos, que poderiam sair fragilizados com o tratamento.
  5. O exercício físico também diminui o acúmulo de gordura corporal e melhora a sua distribuição. Vale lembrar que uma das preocupações de quem usa antirretrovirais é com a lipodistrofia, a distribuição assimétrica de gordura em algumas regiões do corpo.
  6. Quando você se exercita, a qualidade do sono melhora. E uma boa noite de descanso é essencial para quem tem uma infecção crônica como a do HIV.

Quando ficar parado

A prática de exercício físico só deve ser interrompida quando há alguma doença oportunista. Claro que, diante de algumas comorbidades, como um diabetes descontrolado, o médico pode pedir um tempo ou solicitar ao profissional de educação física algum ajuste no treino.

Durma bem!

Depressão, ansiedade, muito tempo conectado ao celular, horas extras de trabalho remoto, morar perto de ruas barulhentas, ter mania de se deitar com a televisão ligada são alguns dos vários fatores que atrapalham as noites de sono.

Quando isso acontece, o corpo acorda em frangalhos. A mente vive cansada e a imunidade também sai perdendo. Durante o sono, há uma probabilidade maior de as células imunológicas se recuperarem do desgaste diário com ou sem HIV.

Isso porque, durante o dia, o organismo privilegia usar sua energia para se movimentar, pensar, produzir, digerir alimentos…  Durante o repouso, porém, ela pode ser mais direcionada a outras funções, como a renovação de suas células, incluindo as imunológicas.

E tem mais: fadigado, seu organismo libera mais cortisol, o famoso hormônio do estresse. É uma estratégia para se manter alertar, sem bocejar e cair sonado no meio da jornada. A questão é que o cortisol tem efeito imunossupressor. Sem contar que ele aumenta a liberação de substâncias pró-inflamatórias. Ou seja, em excesso dia após dia, piora a imunidade e piora a inflamação que, em quem vive com HIV, é persistente.

4 dicas para a hora de dormir

  1. Estabeleça um horário para ir para a cama e para acordar. Com o tempo, o organismo se acostuma e briga menos com o travesseiro para pegar no sono.
  2. Apague todas as luzes. Um ponto luminoso pode atrapalhar o adormecer e impedir que você alcance fases mais profundas de sono.
  3. A pior luz é a das telas. Digamos que esta é uma faixa de onda luminosa cujo estímulo é capaz de deixar seu cérebro literalmente mais ligado. Se for possível, deixe o celular fora do quarto. TV? Nem pensar.
  4. Cuide para que o travesseiro tenha uma altura adequada para o seu corpo, para que o colchão comporte bem o seu peso e para que as roupas de cama sejam confortáveis. Detalhes assim favorecem o relaxamento.

É importante lembrar que é fundamental ter o acompanhamento de um profissional de medicina e preparador físico para que a gestão do tratamento, aliada ao trabalho de um especialista em nutrição, seja realizada de maneira mais completa e saudável de acordo com o perfil e as necessidades de cada pessoa.

E se quiser saber mais sobre HIV e Aids?

Clique aqui e leia a cartilha da Abbott: HIV/Aids – Tudo o que você gostaria de saber.

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As informações são fornecidas somente para fins informativos e não substituem a orientação médica ou de outro profissional de saúde. Você não deve utilizar a informação contida aqui para diagnosticar um problema de saúde ou doença. Sempre consulte um médico ou outro profissional de saúde.

Redação e edição: Lúcia Helena de Oliveira.

Documento realizado graças às contribuições do Dr. Ricardo Sobhie Diaz, médico infectologista; Dr. Orlando Ferreira, médico infectologista; Dr. Demetrius Montenegro, médico; e Dra. Mary Rodgers, bióloga e biomédica, que integra o time de cientistas da Abbott, liderando a área de diagnósticos e à frente do Global Surveillance Program.