Hepatite: Mal Silencioso

Alguns tipos de hepatite não apresentam sintomas. Testes podem ajudar no diagnóstico.

POR MAGALI BALLOTI

A maioria das infecções por vírus da hepatite B e C não apresenta sintomas. Despercebida, a infecção crônica pode levar ao câncer de fígado. Por isso, melhores testes para diagnóstico podem ajudar.

As hepatites virais são um grave problema de saúde pública no Brasil e no mundo. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que há 10 mil novas infecções por hepatite B a cada ano, e 23 mil mortes. Já os números da hepatite C mostram que, a cada ano, há 67 mil novas infecções e 84 mil mortes. Nas Américas, apenas cerca de 18% das pessoas que vivem com hepatite B foram diagnosticadas e dessas, apenas 3% estão recebendo o tratamento. E com a hepatite C os números não são muito diferentes: cerca 22% das pessoas foram diagnosticadas, e apenas 18% delas estão recebendo o tratamento.1

Essas infecções atingem o fígado, causando alterações leves, moderadas ou graves. Como, em geral, não apresentam sintomas e podem passar despercebidas, uma pequena parcela dos infectados tem o diagnóstico da doença, fazendo com que a maioria das pessoas não saiba que está infectada. Isso faz com que a doença possa evoluir por décadas sem o devido diagnóstico.2

No Brasil, as hepatites virais mais comuns são causadas pelos vírus A, B e C. Existem ainda, com menor frequência, o vírus da hepatite D (mais comum na região Norte do país) e o vírus da hepatite E, que é menos comum no Brasil, sendo encontrado com maior facilidade na África e na Ásia. Frequentemente as infecções causadas pelos vírus das hepatites B ou C tornam-se crônicas. O avanço pode comprometer o fígado, sendo causa de fibrose avançada ou de cirrose, que podem levar ao desenvolvimento de câncer e à necessidade de transplante do órgão.2

Atualmente, existem testes rápidos para a detecção da infecção pelos vírus B ou C, que estão disponíveis no SUS (Sistema Único de Saúde) para toda a população do Brasil. Todas as pessoas precisam ser testadas pelo menos uma vez na vida para esses tipos de hepatite. Populações mais vulneráveis precisam ser testadas periodicamente.  Esses testes podem ajudar a tornar o tratamento e os cuidados em saúde mais acessíveis para milhões de pessoas que vivem com hepatite.

E para as pessoas que vivem com infecções crônicas pelos vírus B ou C, os médicos usam testes moleculares para verificar como estão respondendo ao tratamento. Nossos testes RealTime® HBV e HCV* podem ajudar os médicos a monitorar a resposta ao tratamento. Em ambientes que não têm acesso a testes moleculares, o teste de antígeno ARCHITECT®HCV também pode ajudar a avaliar a resposta ao tratamento.

No período de 1999 a 2020, no Brasil, 254.389 pessoas foram diagnosticadas com o vírus da hepatite B e 262.815 com o vírus da hepatite C. A carga de doenças resultante das hepatites virais e a própria infecção representam um desafio de saúde pública. Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas (ONU) incluem no objetivo 3.3: “Até 2030, acabar com as epidemias de AIDS, tuberculose, malária e doenças tropicais negligenciadas e combater a hepatite, as doenças transmitidas pela água e outras doenças transmissíveis”.3

Para o Brasil a Meta 3.3 é “Até 2030 acabar, como problema de saúde pública, com as epidemias de AIDS, tuberculose, malária, hepatites virais, doenças negligenciadas, doenças transmitidas pela água, arboviroses transmitidas pelo aedes aegypti e outras doenças transmissíveis”.4

Mas como enfrentar vírus que raramente se mostram?

Existem testes para diagnosticar a infecção pelo vírus da hepatite B e C e, consequentemente, indicar o tratamento, transmissões potenciais sejam evitadas e a progressão para uma doença hepática fatal seja interrompida.

Além do diagnóstico, há medicamentos antivirais para a hepatite B que podem retardar a progressão da cirrose, reduzir a chance de câncer de fígado e melhorar a sobrevida em longo prazo. Com relação à hepatite C, os medicamentos antivirais podem curar mais de 95% das pessoas com HCV, reduzindo os riscos de saúde associados. Essa cominação de esforços – teste diagnóstico e tratamento – é fundamental para combater a hepatite e tornar viável a meta da OMS para 2030.

Como as infecções por vírus da hepatite B e C costumam ser silenciosas, a etapa mais importante na batalha contra essa epidemia é ser testado para saber quem foi infectado por esses vírus. Pergunte ao seu médico se é preciso fazer o teste. A combinação detecção e tratamento possibilitam o cumprimento das metas da OMS para a eliminação desses vírus até 2030.

Referências

1 Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) https://www.paho.org/pt/campanhas/dia-mundial-luta-contra-hepatites-virais-2021
2 Ministério da Saúde https://www.gov.br/aids/pt-br/assuntos/hepatites-virais/o-que-sao
3 Boletim Epidemiológico - Secretaria de Vigilância em Saúde - Ministério da Saúde https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/boletins/epidemiologicos/especiais/2021/boletim-epidemiologico-de-hepatite-2021.pdf
4 Instituto de Pesquisa e Economia Aplicada (IPEA) https://www.ipea.gov.br/ods/ods3.html

IMPORTANT SAFETY INFORMATION

*Todos os equipamentos ARCHITECT são produtos laser Classe 1. Os produtos RealTime® HBV e ARCHITECT®HCV estão registrados junto a ANVISA.
ARCHITECT e Alinity são marcas registradas da Abbott Laboratories em diversas jurisdições.

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