Tudo começou com uma cadela chamada Marjorie.1
Há mais de 100 anos, Frederick Banting e Charles Best, cientistas canadenses, isolaram e extraíram a secreção do pâncreas de cães. Isso produziu o que hoje conhecemos como insulina.1,2 Após sua descoberta, a insulina foi usada com sucesso pela primeira vez em vários cães com diabetes, incluindo um especial para Frederick Banting: Marjorie.
A descoberta do papel da insulina transformou o diabetes: o que era uma doença frequentemente fatal se tornou em uma condição crônica mais controlável.1,2 A insulina também se tornou o primeiro medicamento "biológico" aprovado: um tratamento feito a partir de organismos vivos, como bactérias ou células animais.
Desde então, a produção de medicamentos biológicos evoluiu drasticamente. Na década de 1970, cientistas conseguiram desenvolver novos produtos a partir de segmentos de DNA isolados de células existentes.3 Dessa forma, não era preciso mais utilizar animais para obter muitos dos produtos biológicos cruciais.
Muitos produtos biológicos modernos são produzidos por organismos geneticamente modificados, como bactérias e células de levedura, por meio de processos de fermentação. Esses medicamentos possibilitaram grandes avanços na medicina, transformando o tratamento de doenças difíceis de tratar, como por exemplo o câncer.4 Como os produtos biológicos podem ter como alvo moléculas específicas para nos ajudar a combater células cancerígenas, também visam melhorar a tolerabilidade em comparação com outros tratamentos, como a quimioterapia.5 Então, qual é o problema?
Como são complexos de desenvolver e produzir, eles podem ser menos acessíveis para a população e para os sistemas de saúde. Estatísticas de 2020 destacaram essa disparidade. Novos medicamentos constituem de 2% a 3% do volume em países desenvolvidos, mas apenas 0,1% são lançados em mercados emergentes.6
Biossimilares: o próximo capítulo de uma história notável
Nas últimas décadas, surgiram os medicamentos biossimilares. Eles são desenvolvidos para serem altamente similares a um produto biológico já aprovado. Além disso, os biossimilares podem estar disponíveis a um preço mais acessível do que os medicamentos biológicos originais e, portanto, têm o potencial de ajudar no tratamento de mais pessoas ao redor do mundo.
“Os produtos biológicos possibilitaram melhores oportunidades de tratamento para muitas doenças”, comenta Matthias Mueller, chefe de Inovação e Desenvolvimento da Divisão de Farmacêuticos Estabelecidos da Abbott. “No entanto, a acessibilidade pode ser um desafio para os sistemas de saúde, especialmente em mercados emergentes. Por isso, os biossimilares podem oferecer uma alternativa, transformando o acesso em uma possibilidade real por meio dessas opções de tratamento de última geração.”
Por que dizemos que são medicamentos "semelhantes" e não iguais?
“Medicamentos comuns, como por exemplo o paracetamol, são feitos de substâncias químicas e por isso, podem ser facilmente replicados, sendo classificados como medicamentos sintéticos. Em comparação, os medicamentos biológicos utilizam organismos vivos, que são mais complexos e difíceis de replicar”, explica Mueller.
Essa complexidade significa que não podemos produzir produtos idênticos em todos os lotes. É por isso que os medicamentos biossimilares são semelhantes, mas não idênticos. Os biossimilares oferecem os mesmos benefícios à saúde em termos de segurança e eficácia que o seu medicamento biológico original correspondente. Eles são avaliados pelos mesmos órgãos reguladores que os biológicos, que avaliam se os riscos e benefícios que eles oferecem são comparáveis aos dos biológicos originais.
Que impacto os medicamentos biossimilares podem ter?
Na Europa, por exemplo, os biossimilares geraram mais de U$ 64 milhões de economia para os seus sistemas de saúde.6 Já na China, um estudo com mais de 20 mil participantes mostrou que os biossimilares contra o câncer custavam entre 69% e 90% do preço de seu medicamento biológico original, tornando-os uma opção mais acessível.7
Evidências de outros países, como a Turquia, também reconhecem os benefícios de redução de custos dos biossimilares e incentivam os profissionais de saúde a utilizá-los.7 Dessa forma, eles podem melhorar o acesso aos cuidados,6-10 com resultados positivos para a saúde das pessoas em todo o mundo.
“Os produtos biológicos são uma verdadeira história de sucesso científico, e é importante que eles cheguem ao maior número possível de pessoas que precisam deles”, diz Mueller. “Está comprovado que os medicamentos biossimilares tornam essa opção inovadora mais acessível e com menor custo. Com isso, eles podem ajudar na superação dos obstáculos de acesso à saúde que muitas pessoas no mundo ainda enfrentam.”
Garantir que países emergentes com o Brasil possam ter acesso e usar esse tipo de tratamento é vital para o controle de uma ampla gama de doenças, visto que à medida que essas opções inovadoras se tornam amplamente disponíveis, elas podem ajudar mais pessoas a viver de maneira plena e mais saudável.
Referências:
1One dog, 90 years, millions saved. Understanding Animal Research. Publicado em 9 de abril de 2012. Acessado em agosto/25. Disponível em https://www.understandinganimalresearch.org.uk/news/one-dog-90-years-millions-saved
2Foster E. 100 years of insulin: How researchers at the University of Toronto ushered in a new era of diabetes treatment. Penn Today. Publicado em 26 de janeiro de 2022. Acessado em agosto/25. Disponível em https://penntoday.upenn.edu/news/100-years-insulin
3Heather, JM e Chain, B., 2016. The sequence of sequencers: The history of sequencing DNA. Genomics, 107 (1), pp.1-8.
4Nahta, R., Esteva, F. Trastuzumab: triumphs and tribulations. Oncogene 26, 3637–3643 (2007). Acessado em agosto/25. Disponível em https://doi.org/10.1038/sj.onc.1210379
5Schirrmacher V. From chemotherapy to biological therapy: A review of novel concepts to reduce the side effects of systemic cancer treatment (Review). Int J Oncol. 2019 fev;54(2):407-419. doi: 10.3892/ijo.2018.4661. Epub 2018 dez 10. PMID: 30570109; PMCID: PMC6317661.
6Matthias Calamia e Ivo Abraham. The economics of biosimilars and challenges to biosimilar adoption in low- and middle-income countries, Expert Opinion on Biological Therapy. 2023. Doi: 10.1080/14712598.2023.2247972
7IQVIA. The Impact of Biosimilar Competition in Europe. 2025. Acessado em agosto/25. Disponível em https://www.iqvia.com/-/media/iqvia/pdfs/library/white-papers/the-impact-of-biosimilar-competition-in-europe-2024.pdf
8Luo X, Du X, Li Z, et al. Clinical Benefit, Price, and Uptake for Cancer Biosimilars vs Reference Drugs in China: A Systematic Review and Meta-Analysis. JAMA Netw Open. 2023;6(10):e2337348. Publicado em 2 de outubro de 2023. doi:10.1001/jamanetworkopen.2023.37348
9Iskit AB. Key concepts in biosimilar medicines: What physicians must know. North Clin Istanb. 2022;9(1):86-91. Publicado em 10 de fevereiro de 2022. doi:10.14744/nci.2021.84669
10A biosimilar medicines access policy blueprint. International Generic and Biosimilar Medicines Association. Publicado em 2021. Acessado em agosto/25. Disponível em https://www.globalbiosimilarsweek.org/2021/doc/A-Biosimilar-medicines-Access-Policy-Blueprint-IGBA.pdf
11Association for Accessible Medicines. The U.S. generic & biosimilar medicines savings report. Outubro de 2021. Acessado em agosto/25. Disponível em https://accessiblemeds.org/resources/reports/2021-savings-report/
Links que o levam para sites fora dos websites globais da Abbott estão fora do controle da Abbott e a Abbott não é responsável pelo conteúdo de nenhum destes sites ou qualquer link que neles exista. A Abbott oferece estes links a você apenas como uma conveniência e a inclusão dos mesmos aqui não figura que estes sites têm o endosso da Abbott.
O website que você solicitou pode, ainda, não estar otimizado para a sua definição de tela.