Diagnóstico
A endometriose ainda é, em grande parte, diagnosticada erroneamente2,4,7. Isso traz grandes consequências negativas para as mulheres e sua saúde. Cerca de uma em cada dez mulheres (cerca de 10% das mulheres em sua idade reprodutiva e meninas em todo o mundo) em seus anos reprodutivos é afetada pela endometriose, correspondendo a 190 milhões de mulheres em todo o mundo 7.
Frequentemente, mulheres com endometriose enfrentam equívocos e preconceitos antes de sua condição ser corretamente diagnosticada3. O tempo médio para o diagnóstico é de quatro a onze anos após o início dos sintomas2. No Brasil, o tempo médio do início dos sintomas ao diagnóstico de endometriose é de 7 anos.18 Essa demora pode ocorrer devido a diagnósticos anteriores de típicas cólicas menstruais.
Uma pesquisa feita com 1274 ginecologistas brasileiros mostrou que apenas 5,1% deles afirmaram que a endometriose pode afetar mulheres de todas as idades, 17,3% acreditam que a endometriose pode ocorrer na adolescência.19
Tratamentos7
O tratamento pode ser com medicamentos e/ou cirurgia, dependendo de sintomas, lesões, desfecho desejado e escolha do paciente em acordo com seu médico.
Esteroides contraceptivos, anti-inflamatórios não esteroides e analgésicos são terapias comuns. Todos devem ser cuidadosamente prescritos e monitorados para evitar efeitos colaterais potencialmente problemáticos.
Os tratamentos médicos para a endometriose concentram-se na redução do estrogênio ou no aumento da progesterona, a fim de alterar ambientes hormonais que promovem a endometriose. Essas terapias médicas incluem a pílula anticoncepcional oral combinada, progestinas e análogos GNRH (substâncias sintetizadas). No entanto, nenhum desses tratamentos erradica a doença. Estão associados a efeitos colaterais e, além disso, os sintomas relacionados à endometriose podem reaparecer após a interrupção da terapia.
A escolha do tratamento depende da eficácia no organismo da mulher, efeitos colaterais adversos, segurança a longo prazo, custos e disponibilidade. A maioria dos atuais manejos hormonais não é adequada para pessoas que sofrem de endometriose e desejam engravidar, pois afetam a ovulação.
Outra opção é a cirurgia. Ela pode remover lesões, aderências e tecido cicatricial. Entretanto, o sucesso na redução dos sintomas de dor e o aumento das taxas de gravidez muitas vezes dependem da extensão da doença. Além disso, as lesões podem se repetir mesmo após a erradicação bem-sucedida, e anormalidades musculares do assoalho pélvico podem contribuir para a dor pélvica crônica.
A Abbott tem se empenhado em aumentar a conscientização sobre a endometriose para que as mulheres possam pedir ajuda, obter o apoio de que precisam e, finalmente, aproveitar suas vidas ao máximo. Por isso, ao reconhecer alguns dos sintomas, não os ignore e procure seu médico rapidamente. A menstruação é uma parte normal e saudável da vida de uma mulher. Mas dor cíclica regular e pélvica forte que é severa não é normal4.
Referências
1Hcor – Associação Beneficente Síria. Cerca de 50% dos casos de endometriose são hereditários. Website acessado em julho/2022. Cerca de 50% dos casos de endometriose são hereditários - Hcor
2Taylor HS, Kotlyar AM, Flores VA. A endometriose é uma doença sistêmica crônica: desafios clínicos e novas inovações. O Lancet. 2021;397(10276):839-852.
3Grogan S, Turley E, Cole J. 'Tantas mulheres sofrem em silêncio': uma análise temática dos relatos escritos das mulheres sobre o enfrentamento da endometriose. Saúde Psicol. 2018;33(11):1364-1378.
4Ballard K, Lowton K, Wright J. Qual é o atraso? Estudo qualitativo das experiências das mulheres de chegar a um diagnóstico de endometriose. Estéril Fértil. 2006;86(5):1296-1301.
5Ferrero S, Evangelisti G & Barro F. Opções atuais e emergentes de tratamento para endometriose. Opinião especializada em Farmacoterapia. 2018;19(10): 1109-1125.
6Trivedi P, Selvaraj K, Mahapatra PD, Srivastava S, Malik S. Tratamento pós-laparoscópico eficaz de endometriose com dydrogesterona. Gynecol Endocrinol. 2007;23 Suppl 1:73-76.
7Organização Mundial da Saúde (OMS). Endometriose. Fatos-chave. Disponível em https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/endometriosis. [Acessado em 9 de junho de 2021].
8Denny E, Mann CH. Uma visão geral clínica da endometriose: uma doença incompreendida. Frei J Nurs. 2007;16(18):1112-1116.
9Neme RM, Andrade DC, Brescia M et al. Estudo epidemiológico sobre fatores de risco da endometriose pélvica no Brasil. [ASRM resumo P-37]. Estéril Fértil. 2002;77(suppl1):S37.
10Fuldeore MJ, Soliman AM. Prevalência e Carga Sintomática da Endometriose Diagnosticada nos Estados Unidos: Estimativas Nacionais de uma Pesquisa Transversal de 59.411 Mulheres. Gynecol Obstet Invest. 2017;82(5):453-461.
11Bulletti C, Coccia ME, Battistoni S, Borini A. Endometriose e infertilidade. J Assist Reprod Genet. 2010;27(8):441-447.
12Pessoa de Farias Rodrigues M, Lima Vilarino F, de Souza Barbeiro Munhoz A, et al. Aspectos clínicos e qualidade de vida entre mulheres com endometriose e infertilidade: estudo transversal. BMC Womens Health. 2020;20(1):124.
13Moradi M, Parker M, Sneddon A, Lopez V, Ellwood D. Impacto da endometriose na vida das mulheres: um estudo qualitativo. BMC Womens Health. 2014;14:123.
14Norinho P, Martins MM, Ferreira H. Uma revisão sistemática sobre os efeitos da endometriose na sexualidade e na relação do casal. Fatos Vê Vis Obgyn. 2020;12(3):197-205. Publicado em 8 de outubro de 2020.
15Culley L, Law C, Hudson N, et al. O impacto social e psicológico da endometriose na vida das mulheres: uma revisão narrativa crítica. Atualização Hum Reprod. 2013;19(6):625-639.
16Surrey E, Soliman AM, Trenz H, Blauer-Peterson C, Sluis A. Impact of Endometriosis Diagnostic Delays on Healthcare Resource Utilization and Costs. Adv Ther. 2020;37(3):1087-1099
17Nnoaham KE, Hummelshoj L, Webster P, et al. Impacto da endometriose na qualidade de vida e produtividade do trabalho: um estudo multicêntrico em dez países. Estéril Fértil. 2011;96(2):366-373.e8.
18Arruda MS, Petta CA, Abrão MS, Benetti-Pinto CL. O tempo passou do início dos sintomas ao diagnóstico de endometriose em estudo de coorte de mulheres brasileiras. Hum Reprod. 2003;18(4):756-759.
19Petta CA, Matos AM, Bahamondes L, Faúndes D. Prática atual no manejo de sintomas de endometriose: levantamento de ginecologistas brasileiros. Rev Assoc Med Bras. 2007;53(6):525-529.
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