Saiba como a nutrição equilibrada contribui para o crescimento das crianças

Umas das principais queixas nos consultórios pediátricos é “meu filho não se alimenta bem”. Maus hábitos alimentares muitas vezes relacionados à baixa ingestão e pouca diversidade alimentar podem afetar o crescimento e desenvolvimento adequados. No entanto, a nutrição adequada pode ser uma ótima aliada para melhorar esse quadro, pois é a base para o crescimento e desenvolvimento infantil.1

O crescimento importa

Diversos fatores podem influenciar no crescimento inadequado de uma criança. E, por mais que possa parecer apenas uma questão física, um déficit na estatura também pode influenciar no aprendizado e no desenvolvimento infantil.

Para garantir que o desenvolvimento esteja em um padrão saudável, os médicos usam gráficos de crescimento pediátrico, que são séries de curvas que traçam os padrões de crescimento da criança junto aos dados populacionais. Qualquer queda considerável pode ser motivo de preocupação. “Por isso, é importante sempre estar atento para detectar sinais de crescimento lento das crianças e, mais importante, ajudá-las a serem mais saudáveis por meio da nutrição equilibrada”, diz Patrícia Ruffo, nutricionista e Gerente Científico da Divisão Nutricional da Abbott no Brasil.

Um estudo de 20152 mostrou que o crescimento lento não precisa ser permanente em crianças com idade acima de três e quatro anos. É possível recuperá-lo por meio da intervenção nutricional e aconselhamento alimentar. Além disso, foi constatado que:

  • As crianças que complementaram sua alimentação e consumiram duas porções por dia de suplemento nutricional mostraram recuperação do crescimento em peso e altura.
  • De acordo com os pais, as crianças também tiveram melhoras nos níveis de atividade física e redução no número de dias doentes.

Em outro levantamento3após a recuperação, as crianças, cujo crescimento não estava adequado, apresentaram resultados de testes cognitivos similares àquelas que nunca tiveram necessidade de interferência para atingir o seu potencial de crescimento.

Confira aqui os nutrientes que auxiliam no crescimento das crianças listados por Patricia:

1. Calorias

Crescimento requer energia e é por isso que as crianças abaixo do peso precisam de calorias extras para se recuperar. Por isso, adicione a estas recomendações suplementos orais, como o Pediasure®, ou ainda, purê ou mingau com cereais. Tais adições podem ajudar nos padrões de crescimento.

2. Carboidratos, proteínas e gordura

As calorias extras podem ajudar a aumentar o crescimento, mas é importante certificar-se de que elas vêm de uma mistura saudável de carboidratos, proteínas e gorduras, principalmente as de origem vegetal, como o azeite. Tenha em mente que os carboidratos e as proteínas contêm quatro calorias por grama, enquanto cada grama de gordura contém nove calorias.

3. Ferro

Durante períodos de crescimento, o organismo é altamente dependente de ferro, o que ajuda a fornecer oxigênio para as células do corpo. Por isso, aumentar a ingestão de ferro, tanto por meio de alimentos quanto de suplementos nutricionais, pode estimular o crescimento de crianças que estão com deficiência deste mineral4 O ferro pode ser encontrado em alimentos, como carnes (bovina, peixes, aves), feijões, ervilhas, cereais fortificados e folhas verdes escuras.

4. Zinco

O aumento da ingestão de zinco pode ajudar as crianças pré-adolescentes que estão abaixo do peso a se recuperarem5. Carne, espinafre, camarão e feijão são fontes alimentares de zinco.

5. Vitamina D

A vitamina do sol promove a formação e o crescimento saudável dos ossos. No entanto, 40% dos bebês e crianças saudáveis possuem níveis inferiores ao recomendado de vitamina D6. O ideal é ajudar a recuperar estes níveis com brincadeiras ao ar livre, e a ingestão de alimentos ricos em vitamina D, como leite/produtos lácteos e, se necessário, suplementação.

Esta história foi originalmente publicada em 03/01/2018, atualizada em 12/07/2024.

As informações são fornecidas para fins informativos somente e não substituem a orientação de médico ou outro profissional de saúde. Você não deve utilizar a informação contida aqui para diagnosticar um problema de saúde ou doença. Você deve sempre consultar um médico ou outro profissional de saúde.

Referências:

1. Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) – Cadernos de Saúde Pública. Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil: evidências para políticas em alimentação e nutrição. Acessado em novembro/23. Disponível em https://data.worldbank.org/indicator/SH.STA.STNT.ZS

2. D. T. T. Huynh, E. Estorninos, R. Z. Capeding, J. S. Oliver, Y. L. Low, F. J. Rosales. Wiley Online Library. Longitudinal growth and health outcomes in nutritionally at-risk children who received long-term nutritional intervention. 2015. Acessado em novembro/23. Disponível em: http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/jhn.12306/full

3. Crookston BT1, Penny ME, Alder SC, Dickerson TT, Merrill RM, Stanford JB, Porucznik CA, Dearden KA. National Library of Medicine National Institutes of Health. Children who recover from early stunting and children who are not stunted demonstrate similar levels of cognition. 2010. Acessado em novembro/23. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20844188

4. Michael Low, MBBS BMedSci, Ann Farrell, MBBS, Beverley-Ann Biggs, PhD, and Sant-Rayn Pasricha, PhD. National Library of Medicine National Institutes of Health. Effects of daily iron supplementation in primary-school–aged children: systematic review and meta-analysis of randomized controlled trials.2013. Acessado em novembro/23. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3832580/

5. Kenneth H Brown, Janet M Peerson, Juan Rivera, and Lindsay H Allen. The American Journal of Clinical Nutrition. Effect of supplemental zinc on the growth and serum zinc concentrations of prepubertal children: a meta-analysis of randomized controlled trials1,2,3. 2002. Acessado em novembro/23.  Disponível em: http://ajcn.nutrition.org/content/75/6/1062.full

6. Dr Catherine M. Gordon, MD, MSc, Dr Henry A. Feldman, PhD, Mss Linda Sinclair, BA, Avery LeBoff Williams, BA, Dr Paul K. Kleinman, MD, Dr Jeannette Perez-Rossello, MD, and Dr Joanne E. Cox, MD. National Library of Medicine National Institutes of Health.Prevalence of Vitamin D Deficiency Among Healthy Infants and Toddlers. 2008. Acessado em novembro/23.  Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3206624/

Material destinado a todos os públicos. Novembro, 2023. ANBRALL202332832.