Pressão alta: conhecer para controlar

POR DENISE BOBADILHA

A pressão alta é companheira silenciosa de um quarto da população brasileira.1 Como geralmente não apresenta sintomas, causa danos que só serão percebidos mais tarde. Por isso, é importante saber como ela se instala no organismo, quais são os seus sintomas e como você pode identificá-la.

Para começar, é importante prestar atenção a alguns sinais que podem surgir quando a pressão está elevada, lembrando que eles não aparecem em todas as pessoas:

  • Tontura
  • Dor na nuca ou na parte de trás da cabeça
  • Náuseas
  • Visão embaçada
  • Palpitações

Para entender como o organismo chega a essas reações, é preciso também compreender como funciona o transporte de sangue no nosso sistema cardiovascular. Imagine um sistema com canos de maior ou menor calibre. Quando o volume de água aumenta subitamente ou quando um dos canos fica entupido, a pressão nos demais aumenta. Visualize, então, o sistema vascular: nossas artérias recebem continuamente o sangue bombeado pelo coração; levam esse sangue para o corpo inteiro, distribuindo-o por meio de "canos" menores, como os vasos capilares.

Quando o sangue é bombeado pelo coração e corre pelas artérias, estas ficam em sua máxima tensão, a chamada pressão sistólica. Quando as artérias diminuem a tensão, à espera do próximo bombear de sangue, mantêm-se sob a pressão diastólica. É uma alternância ininterrupta. Os dois tipos de pressão são expressos em números2: a considerada ótima fica na faixa de 120x80 mmHg (milímetros de mercúrio), medida conhecida popularmente como 12x8. A pressão alta está acima de 140 x 90mmHg (14x9).

As alterações de pressão acontecem quando há líquido demais no organismo, quando o coração não está bombeando o sangue de forma correta ou quando as artérias estão enfraquecidas, com alguma obstrução ou perda de elasticidade. São condições desenvolvidas aos poucos e causam danos muito sérios: a hipertensão está ligada direta ou indiretamente à metade dos casos de morte por doença cardiovascular no Brasil.3 É também um fator de risco para os problemas renais.

As causas da pressão alta variam tanto quanto suas consequências. Há causas internas, ou seja, que não podemos mudar, tais como herança genética e idade e causas externas, que podem ser alteradas tais como: peso, sedentarismo, estresse, tabagismo, alcoolismo e maus hábitos à mesa, sobretudo o consumo excessivo de sal. Ou seja, se você tem histórico da doença na família ou se enquadra em um dos outros fatores, já sabe que precisa investigar mesmo sem sentir nada de diferente: vale a pena procurar um médico ou medir sua pressão regularmente, de acordo com a recomendação do profissional de saúde.

Além de se informar com um médico a respeito de sua pressão, vale repensar hábitos do dia a dia, principalmente os alimentares. E, é claro que o cigarro4 e o consumo exagerado de bebidas alcoólicas devem ser riscados do seu mapa. A nova tomada de atitude também deve incluir uma rotina de atividades físicas. Somente essas mudanças já são capazes de fazer maravilhas por sua saúde, não só física como mental.

Não tem tempo? Repense sua agenda e coloque-se como prioridade. Considere caminhar, pedalar, jogar bola, nadar, lutar, dançar. Solte-se: sua pressão agradecerá.

Referências

1Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo http://www.socesp.org.br/blogdocoracao/2018/04/23/hipertensao-atinge-mais-de-30-milhoes-de-pessoas-no-brasil/
2Sociedade Brasileira de Hipertensão http://www.sbh.org.br/geral/faq.asp
3Sociedade Brasileira de Cardiologia - Cardiômetro http://www.cardiometro.com.br/default.asp
4Programa de Antitabagismo do Hospital Universitário da USP http://www.tabagismo.hu.usp.br/ajuda-para-parar-de-fumar.html

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