Se no passado o tratamento do HIV tinha o objetivo de aumentar a sobrevivência, hoje, graças a um coquetel de medicamentos, a carga viral pode diminuir até se tornar indetectável nos exames de sangue. E a infecção, com a quantidade de vírus reduzida, passa a ser intransmissível.
Enfim, ao fazer o teste para descobrir a infecção em fases precoces, e seguir o tratamento à risca, ninguém chega ao ponto de ter Aids. Logo, sobreviver ao vírus é coisa do passado. A questão, agora, é conviver bem com o HIV e com os remédios usados para controlá-lo. Por isso, é importante manter a bateria de exames em dia, não faltar às consultas periódicas, manter a carteirinha de vacinação em dia com o calendário próprio para pessoas HIV positivas oferecido pelo Sistema Único de Saúde, o SUS.
Só que tão fundamental quanto tudo isso é adotar um estilo de vida equilibrado, visto que, hoje, as pessoas soropositivas podem, praticamente, ter a mesma expectativa de vida daqueles que não carregam o vírus da imunodeficiência humana. Por isso, quem convive com o HIV precisa fazer alguns ajustes no estilo de vida.
Ajustar a dieta, incluir a prática de atividade física, manter uma boa higiene bucal, priorizar um sono reparador e prestar atenção aos seus sentimentos são iniciativas que fazem uma tremenda diferença na vida de qualquer um. Muito mais na vida de quem vive como HIV.
Alimentação com equilíbrio
Uma dieta balanceada garante condições essenciais para o organismo de qualquer pessoa funcionar direito, incluindo o sistema imunológico! E, no caso de quem vive com o HIV, essa é uma estratégia fundamental para diminuir riscos, como o de doenças cardiovasculares, que hoje são um ponto de atenção.
Os remédios que controlam o HIV podem elevar os níveis de colesterol no sangue; aumentar a resistência à insulina favorecendo o diabetes; e levar ao aumento de peso concentrando a gordura corporal na região abdominal. Tudo isso é prejudicial ao sistema cardiovascular, aumentando a probabilidade de infarto e de AVC (acidente vascular cerebral).
Mas uma alimentação rica em alimentos in natura, minimamente processados e com o mínimo de produtos industrializados — carregados de sódio, açúcar e gorduras saturadas — ajuda bastante a afastar estas e outras ameaças. Veja a seguir algumas dicas para se manter a nutrição em dia!
Cardápio individualizado
O ideal é seguir um plano nutricional sob medida. Um profissional de nutrição é capaz de criá-lo conforme a idade de cada indivíduo, seus hábitos, seu estado geral de saúde e o estadiamento (avaliação da extensão) da infecção quando ela foi descoberta. Esse especialista analisa uma diversidade de detalhes para montar o cardápio que, de tempos em tempos, precisam ser revistos.
O histórico familiar, por exemplo, deve ser levantado na primeira consulta. Afinal, se existirem parentes com problemas cardiovasculares, a alimentação deverá ser ainda mais cuidadosa nesse sentido.
O peso é outro fator importante. Se o paciente tiver emagrecido, será preciso elaborar um plano alimentar com mais calorias e hiperproteico. Já se há sobrepeso ou obesidade, toda atenção é pouca para o ponteiro da balança não disparar de vez.
Opte por carboidratos complexos
São encontrados nos tubérculos – batata, mandioca, mandioquinha, etc –; nos legumes; nas frutas e nos cereais integrais. Aliás, "integral" é um termo para se ter na cabeça na hora das compras e das refeições: vale trocar o arroz branco pelo integral, substituir a farinha branca pela integral…
Preferir carboidratos complexos é saudável para qualquer um. No caso de quem vive com HIV, há motivos mais específicos para fazer essa opção:
Diarreias
Algumas pessoas reagem à medicação, especialmente no início do tratamento, ficando com o intestino solto. Aí, não escolha alimentos conhecidos por segurá-lo sem procurar orientação da equipe multidisciplinar responsável, porque nas diarreias há sempre perda de nutrientes importantes para o organismo se manter forte.
Mantenha-se bem hidratado
Beber de 2 a 3 litros de água diariamente ajuda o organismo a eliminar toxinas. Uma indicação mais exata seria tomar de 30 a 35 mililitros de líquidos por cada quilo corporal todo santo dia. Ou seja, alguém pesando 70 quilos deverá consumir nesse período de 2,1 a 2,4 litros de água, chás, sucos naturais sem açúcar…
Para quem vive com HIV, esse bom hábito pode aliviar efeitos colaterais dos medicamentos.
Alimente seus ossos!
A partir dos 50 anos, todos nós corremos naturalmente o risco de desenvolver osteopenia: uma perda de massa óssea. Trata-se de um estágio anterior ao da osteoporose, capaz de fragilizar o esqueleto, aumentando a probabilidade de fraturas. E, mais uma vez, a perda de massa óssea tende a ser mais acentuada em quem se trata para controlar o HIV.
Portanto, o ideal seria, desde a juventude, consumir fontes de cálcio, como leite e queijos magros; iogurtes desnatados e vegetais de cor verde-escura, como o espinafre. Infelizmente, a alimentação do brasileiro anda deixando a desejar em relação a esse mineral. Quem é soropositivo deveria ser um bom exemplo nesse quesito!
Vitamina D
Sem esse micronutriente, os ossos não aproveitam direito o cálcio. Por isso, seus níveis precisam ser bem monitorados. Algumas vezes a suplementação se faz necessária, mas sempre com a devida orientação. Isso ocorre porque muitas das fontes de vitamina D no prato são carnes, como o fígado, que podem aumentar o colesterol no sangue, algo que também precisa ser evitado.
Lembre-se de dois recados:
Fique de olho nas gorduras do prato
Dislipidemias. É assim que os profissionais de saúde chamam os quadros que se caracterizam por níveis elevados de gorduras no sangue. E quem se trata para manter o HIV indetectável pode apresentar mais colesterol e triglicérides na circulação.
Para contrabalançar, tenha em mente o seguinte:
Um prato colorido
O conselho é batido, mas não poderia ficar de fora. Pense que a cor “entrega” que um vegetal contém determinado grupo de vitaminas e bioativos que são antioxidantes, muito bem-vindos quando o organismo vive em um estado de constante inflamação, ajudando a amenizá-lo.
Pense da seguinte maneira: quanto mais variados os tons no prato, maior a variedade dessas moléculas na alimentação. O prato colorido assegura que você ingere um pouco de cada uma delas.
Matéria-prima para os músculos
A ingestão de proteínas deve ser extremamente cuidadosa. Não vale exagerar para não sobrecarregar os rins, mas elas não podem faltar. O profissional de nutrição calcula a porção proteica no prato conforme cada paciente. O foco principal, quando se vive com o HIV, é zelar para que o corpo não perca massa magra, isto é, músculos.
A ingestão de proteínas talvez precise aumentar quando a pessoa começa a fazer uma atividade física, evitando que a musculatura, em vez de se manter ou até crescer, fique minguada, sendo usada como fonte de energia durante o esforço físico.
Já nos momentos em que, por qualquer motivo, a imunidade baixa, o consumo desse nutriente também precisa aumentar e a orientação nutricional é necessária.
Arroz e feijão
A dupla tipicamente brasileira, quando se une, forma proteínas de alto valor biológico. É sempre muito bem-vinda.
Fuja de modismos
Jejuns intermitentes, dietas low-carb cheias de fontes de proteína… As pessoas se impõem restrições alimentares por conta própria quando querem conquistar a “boa forma” e quem tem HIV não fica de fora dessa parcela da população. Até porque tende a ganhar gordura abdominal, enquanto as outras partes do corpo talvez percam boa parte do tecido gorduroso. A essa distribuição irregular de gordura os médicos dão o nome de lipodistrofia.
No entanto, não é um modismo alimentar que irá resolver a questão. Ao contrário, o quadro é menos frequente em quem se alimenta de maneira correta, fazendo boas escolhas alimentares em refeições fracionadas ao longo do dia. Além disso, cortar alimentos à mesa ou passar horas sem comer não faz bem para quem tem uma imunidade mais vulnerável.
É importante ter em mente que uma alimentação saudável ajuda a trazer benefícios não somente para o tratamento, mas principalmente a convivência com a doença. Mas é fundamental ter acompanhamento de profissionais de medicina e nutrição.
E se quiser saber mais sobre HIV e Aids?
Clique aqui e leia a cartilha da Abbott: HIV/Aids – Tudo o que você gostaria de saber.
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Redação e edição: Lúcia Helena de Oliveira.
Documento realizado graças às contribuições do Dr. Ricardo Sobhie Diaz, médico infectologista; Dr. Orlando Ferreira, médico infectologista; Dr. Demetrius Montenegro, médico; e Dra. Mary Rodgers, bióloga e biomédica, que integra o time de cientistas da Abbott, liderando a área de diagnósticos e à frente do Global Surveillance Program.
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