Contra o HIV: testar é prevenção

Melhor proteção contra o HIV? Educação: evitar comportamentos de risco, descobrir seu status e conhecer opções de tratamento.

Desde que a epidemia do HIV (vírus da imunodeficiência humana) começou na década de 1980, grandes avanços foram feitos no combate ao vírus. Os medicamentos da terapia antirretroviral (TARV) que salvam vidas transformaram o diagnóstico de HIV de uma sentença de morte em uma condição controlável. Os esforços de prevenção também levaram a uma queda em novas infecções por HIV.

Uma das formas mais importantes para se proteger e proteger outras pessoas é a educação: evitando comportamentos de risco, optando pela testagem, que permite que quem vive com HIV saiba seu status, receba tratamento e cuidados que salvam vidas e previnem a transmissão do vírus para outras pessoas.

Todos nós, de alguma maneira, corremos algum risco de infecção pelo HIV. Não importa o sexo, a orientação de gênero, a frequência com que fazemos sexo, nem o tipo de relação sexual. Portanto, fazer o teste do HIV deveria ser algo muito natural. Em 2023, havia aproximadamente 39,9 milhões de pessoas no mundo vivendo com HIV. Mas, cerca de 5,4 milhões de pessoas não sabiam seu status. Porém, esta informação é muito importante para que possam receber o tratamento que precisam para proteger a si mesmas e aos outros.

Dessa forma, o teste de diagnóstico é uma eficiente arma de prevenção para todas as pessoas. Isso porque, se der positivo, você poderá iniciar o tratamento mais cedo, evitando que as suas defesas diminuam ou, pior, que caiam tanto a ponto de a doença Aids aparecer.

Fique por dentro

Quanto mais cedo uma pessoa descobrir que é HIV positiva para começar a se cuidar, melhor!

  • Se alguém tem o vírus e não faz nada porque não sabe, a Aids costuma aparecer em média uns oito ou nove anos depois.
  • 1 em cada 5 jovens, infelizmente, são o que os cientistas chamam de manifestadores rápidos: se por azar pegam o HIV e não fazem nada porque não sabem que estão infectados, a doença aparece mais rápido, uns dois anos depois.
  • A cada ano que passa depois de alguém se infectar pelo HIV, o corpo deixa de produzir uns 50 linfócitos por uma gota de 1 mililitro de sangue. Vamos imaginar que um jovem faz o teste e descobre que é HIV positivo três anos depois de ter sido infectado: ele já terá cerca 150 linfócitos a menos. Os remédios não farão seu organismo voltar a produzir essas 150 células de defesa por gota de sangue. Eles só não deixarão a situação piorar. 

Qual teste fazer e quando?

  • Até 15 dias depois de ser infectado: o vírus do HIV ainda não se multiplicou o bastante, nem o organismo começou a produzir anticorpos. Ou seja, não há nada que os testes comuns consigam enxergar.
    Existe um exame que pode descobrir o vírus depois de 10 ou 15 dias de a pessoa ter se infectado. Ele olha direto para o material genético do HIV. Mas é tão complexo que geralmente só é feito em estudos e para a triagem de doadores de sangue.
  • Entre 2 e 4 semanas: teste de anticorpos e antígenos: ele busca duas características ao mesmo tempo, por isso pode ser feito um pouco mais cedo. Ele detecta anticorpos — moléculas lançadas por suas células de defesa, feito mísseis teleguiados para atingir o HIV — e proteínas do próprio vírus, como uma chamada P24, que ele deixa como um rastro pelo sangue.
    Nesse período de 2 a 4 semanas, a taxa de acerto desse tipo de teste é de 95%. Se testar depois de 6 semanas de infecção, ela sobe para 100%.
  • Após 4 semanas: testes de anticorpos apenas: depois de um mês, o HIV já se multiplicou muito e os linfócitos B passaram a produzir muitos anticorpos. Assim, fica mais fácil, então, detectá-los. E, claro, se o seu corpo tem anticorpos para o HIV, é sinal de que ele está presente.
    Antes de um mês, existe o que chamamos de janela imunológica, um período em que a produção de anticorpos não é grande o bastante para os testes, sozinhos, confirmarem a infecção.

Você sabia?

A Abbott acompanha essa história desde o início. Foi ela que desenvolveu, em 1985, o primeiro teste para detectar a infecção pelo HIV, vírus que tinha sido descoberto apenas dois anos antes. Nessa época, o tempo da janela imunológica era de seis meses. Isso porque, com a tecnologia existente era preciso uma quantidade bem maior de anticorpos para um teste conseguir detectá-los.

Você mesmo pode se testar

Se não quer procurar um posto de saúde ou laboratório para fazer o teste, com receio de que alguém descubra que você foi atrás disso, uma alternativa é realizar o autoteste da Abbott. Ele pode ser feito em qualquer lugar, pois é fácil, prático e, para algumas pessoas, tira esse sentimento de alguém descobrir que você está querendo saber se tem ou não o vírus.

Vendido em farmácias, o autoteste contém uma lanceta pequenina para você tirar uma gota de sangue do dedo que você vai esfregar no dispositivo que vem na embalagem.

O dispositivo tem uma solução capaz de flagrar anticorpos para todos os tipos de HIV. A resposta aparece depois de 15 a 20 minutos.

Seja qual for o teste escolhido para descobrir esse vírus, mesmo os feitos no posto de saúde, o resultado sempre será confidencial.

Importantíssimo!

  1. O teste deve fazer parte de seus cuidados com a saúde a partir do momento em que fez sexo pela primeira vez.
  2. No mínimo, o teste deve ser repetido a cada ano.
  3. Se fez o teste há menos de um ano, mas sabe que, viveu uma situação em que se expôs ao risco de infecção, faça o exame outra vez, por que não? Vale repeti-lo quando sair com alguém e não usar proteção, por exemplo.
  4. Se usa drogas ou se tem vários parceiros sexuais, é importante repetir o teste a cada três meses.

Deu positivo. E agora?

Nessas horas, o que parecia bom se torna complicado: não saber se alguém que você admira ou que está por perto tem o HIV, já que o tratamento faz a pessoa positiva para o vírus ter uma vida normal e a infecção se torna "invisível". Um jovem pode ficar sem referências, sem saber como é a vida com esse vírus. Se procurar na internet, talvez a confusão aumente, porque pode encontrar casos do passado, quando a infecção era aterrorizante. Por isso, siga algumas orientações:

  1. Qualquer que tenha sido o teste, procure o quanto antes um médico de sua confiança ou o centro de referência em HIV/Aids da sua cidade. Por que “o quanto antes”? Principalmente para receber todo o apoio de que precisa e ouvir o essencial: o seu mundo não acabou, sua vida seguirá (agora, com o HIV) e os profissionais de saúde têm muito a fazer por você.
  2. Você não precisa, neste momento e sem ter cabeça, expor a situação para mais gente. Aliás, se seguir o tratamento corretamente para não colocar a sua própria saúde e a dos outros em risco, nunca precisará contar a ninguém. Lembre-se: vírus indetectável não é transmissível. Mas você precisa ser responsável fazendo a sua parte, que é se tratar.
  3. A família da gente é sempre muito importante. No entanto, se não se sentir confortável para expor o que aconteceu e se isso for lhe causar qualquer outro tipo de transtorno grave, fique na sua e espere um outro momento de vida para compartilhar a notícia, pedindo orientação e ajuda à equipe de saúde. Nunca deixe de procurar médicos, psicólogos e outros profissionais dessa equipe. Se você não se tratar com medo de ser descoberto será bem pior. É a sua vida.
  4. Cuidado com o autopreconceito. Isso mesmo! Todo mundo teme o preconceito dos outros se, por acaso, vive com o HIV. No entanto, ficar se culpando por algo que fez ou que deixou de fazer também não vai ajudar. A partir do momento em que o teste aponta que você é uma pessoa positiva para o vírus, não vale remoer o passado e encare a realidade: você viverá com o HIV para o resto da vida e precisa olhar para o futuro a fim de se cuidar. E não necessita da aceitação de ninguém para isso, mas precisa da sua própria aceitação. Quem não aceita a situação e prefere até esquecer que tem o vírus, geralmente também se esquece dos remédios.
  5. Quer chorar? Chore! É absolutamente normal quando a vida da gente dá uma sacudida dessas. Derrame todas as lágrimas até se sentir mais forte.
  6. Quando começar o tratamento? A recomendação oficial é: se der, no mesmo dia em que você descobre que tem o HIV. Mas isso nem sempre é possível. É preciso encontrar serenidade para ouvir com atenção todos os detalhes que os médicos vão explicar sobre como tomar o coquetel anti-HIV e tudo mais. Por isso, pode ser mais bem acolhido na primeira consulta, se der um tempo de uma semana e começar com a medicação depois.

Como é o dia a dia de quem vive com o HIV

Uma vez iniciado, para o organismo e o vírus não se tornarem resistentes aos remédios, o tratamento parao HIV não deve ser interrompido. Não dá para esquecer de tomar os comprimidos de vez em quando, por exemplo. Os altos e baixos emocionais nunca devem atrapalhar.

Por isso, na prática, os médicos esperam que os mais jovens, fiquem calmos para entender bem esse conceito de continuidade, pois não é opcional. Alguns médicos, às vezes, notam que o paciente jovem ainda é muito desatento para se lembrar da medicação diária, nesses casos preferem adiar o começo da terapia para quando for um pouco mais maduro.

O ideal seria tomar os remédios o quanto antes. Mas pior do que esperar alguns meses será começar e parar.

O que faz o coquetel anti-HIV?

Hoje, quem vive com HIV toma apenas dois comprimidos por dia para manter a carga de vírus no sangue pequena a ponto de ser indetectável. E eles conseguem isso cercando o vírus de diferentes maneiras ao mesmo tempo.

4 diferenças de se ter o vírus agora

  1. Hoje, quem vivem com o HIV toma um coquetel de remédios que, combinados, cercam o vírus por todos os lados. Essa estratégia é extremamente eficiente, impedindo a pessoa de ficar doente.
  2. Como agem em conjunto, as dosagens podem ser muito mais baixas e quase ninguém sente efeitos colaterais. Portanto, o coquetel de medicamentos anti-HIV é seguro.
  3. Com a medicação, a quantidade de vírus na circulação reduz bastante. Tanto que os exames não conseguem enxergá-lo. Assim, a pessoa HIV positiva pode levar uma vida absolutamente normal, incluindo namorar, transar, ter filhos…
  4. Vírus indetectável é igual a vírus não transmissível. Ou seja, a pessoa com HIV que faz o tratamento direito deixa de transmitir a infecção.

É importante ter em mente que o vírus da imunodeficiência humana continua o mesmo de sempre. Ele só não irá provocar a doença AIDS em quem se trata com o coquetel de remédios. Por isso é importante tomar cuidado e fazer testes para saber quem é HIV positivo, sem se deixar enganar e começar o tratamento tarde demais, quando as defesas já estiverem abaladas.

E se quiser saber mais sobre HIV e Aids?

Acesse a cartilha da Abbott:

HIV/Aids – Tudo o que você gostaria de saber.

Important safety information

As informações são fornecidas somente para fins informativos e não substituem a orientação médica ou de outro profissional de saúde. Você não deve utilizar a informação contida aqui para diagnosticar um problema de saúde ou doença. Sempre consulte um médico ou outro profissional de saúde.

Redação e edição: Lúcia Helena de Oliveira.

Documento realizado graças às contribuições do Dr. Ricardo Sobhie Diaz, médico infectologista; Dr. Orlando Ferreira, médico infectologista; Dr. Demetrius Montenegro, médico; e Dra. Mary Rodgers, bióloga e biomédica, que integra o time de cientistas da Abbott, liderando a área de diagnósticos e à frente do Global Surveillance Program.