Enquanto a testagem de HIV diminui, os autotestes ajudam a melhorar o resultado

Os autotestes de HIV melhoram a acessibilidade e ajudam a informar as pessoas sobre seu estado sorológico para ajudar a interromper a disseminação do vírus.

Você está prestes a sair às ruas para a caminhada diária de seu cão e nota algumas nuvens suspeitas. Então, você abre o aplicativo de previsão do tempo para conferir e vê que há uma “chance de 15% de chuva”. Essa chance de chuva que paira o convence a levar seu guarda-chuva.

Quando se trata de HIV, quase 6 milhões de pessoas, ou o equivalente à população do estado do Maranhão 1, são positivas para HIV mas não sabem disso. Em outras palavras, elas não sabem qual a chance de chover em sua região, então a decisão de levar um guarda-chuva não é a primeira coisa que lhes vêm à cabeça.

Avançamos muito desde o início da epidemia de HIV em 1981. Atualmente, há 38,4 milhões de pessoas no mundo que têm HIV. Mas para os 5,9 milhões de pessoas, ou 15%, que não sabem que estão vivendo com HIV, é importante que conheçam seus resultados para receber os recursos e o tratamento que precisam para proteger a si mesmas e aos outros.

A importância dos testes

Quando uma pessoa é diagnosticada com HIV, ela pode receber terapia antirretroviral. Até o fim de 2021, quase 30 milhões de pessoas com HIV tiveram acesso a esse tratamento vital. Mas as pessoas que não conhecem seu estado sorológico podem espalhar o vírus sem ter consciência disso, dando continuidade ao ciclo de infecções.

Durante a pandemia de COVID-19, houve uma redução de 22% nos testes de HIV no mundo.

Os testes continuam sendo a primeira etapa para eliminar o HIV/AIDS como uma ameaça à saúde pública e são a conexão com o tratamento que pode ajudar as pessoas a continuar vivendo suas vidas caso seu teste seja positivo.

É aí que entra o teste de HIV realizado em casa, de forma privada, confiável e fácil de usar.

Testes realizados em casa para preencher a lacuna

Em 2016, a Organização Mundial da Saúde recomendou os autotestes como um modo fácil e eficaz de atingir pessoas que, de outra forma, poderiam não ser testadas, incluindo pessoas de grupos desproporcionalmente vulneráveis que teriam baixa probabilidade de obter o atendimento médico necessário, como pessoas jovens e homens que fazem sexo com homens.

Os estudos mostraram repetidamente que os autotestes de HIV aumentam a probabilidade de que as pessoas sejam testadas. Um estudo na África do Sul com homens que fazem sexo com homens revelou um aumento de 47% nos testes semestrais de HIV quando foram utilizados autotestes. Outro estudo de autotestes de HIV baseado em centros de saúde observou que pessoas que utilizaram autotestes apresentaram probabilidade oito vezes maior de realizar testes periódicos de HIV do que pessoas que tiveram acesso apenas a ambientes clínicos.

Para tornar os testes de HIV mais acessíveis, a Abbott lançou o Panbio HIV Self Test um teste rápido para a detecção de anticorpos contra HIV-1 e HIV-2 feito a partir de uma amostra de sangue da ponta do dedo – em mercados selecionados aprovados fora dos EUA. Um autoteste similar chamado CheckNOW HIV Self Test  também está disponível para governos e autoridades de saúde pública fora dos EUA.

“Oferecer às pessoas a possibilidade de se testarem de forma confiável e conveniente na privacidade de suas casas, obtendo resultados em 15-20 minutos as empodera com informações de saúde para evitar novas transmissões do vírus. Isso também traz mais pessoas para o sistema de saúde, onde poderão ser tratadas e receber apoio”, afirma Gavin Cloherty, Ph.D., chefe de Pesquisa de Doenças Infecciosas da divisão de Diagnósticos da Abbott.

Testes confiáveis para o diagnóstico de HIV que possam ser utilizados em casa, ou em outros ambientes, desempenham um importante papel na área da saúde, pois ajudam as pessoas a conhecer sua sorologia de HIV sem enfrentar discriminação ou estigma. Com os resultados do teste em mãos, podem falar com profissionais da saúde que poderão encaminhá-las ao tratamento que, de outro modo, talvez não viessem a receber.

Testes para ajudar a pôr fim à epidemia de AIDS

Estima-se que 28 milhões de infecções por HIV no mundo poderiam ser evitadas até 2030 se as metas de 95-95-95 estabelecidas pelo UNAIDS (Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids) forem atingidas. Essa é a meta em que se prevê que até 2030, 95% das pessoas que vivem com HIV conheçam sua sorologia, 95% das pessoas que conhecem sua sorologia estejam recebendo tratamento, e 95% das pessoas em tratamento para HIV apresentem carga viral suprimida.

Para atingir essas metas, são necessários testes que possam ser utilizados facilmente por qualquer pessoa para que os especialistas em saúde pública consigam entender de que forma o vírus está afetando as comunidades no momento e para ajudar a dar às pessoas o tratamento que elas precisam.

Ao aumentarmos a acessibilidade por meio dos autotestes de HIV, poderemos atender os 15% de pessoas que desconhecem sua sorologia de HIV e nos proteger contra novas transmissões do vírus.

Referências

1Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), acessado em fevereiro/2023. https://ftp.ibge.gov.br/Censos/Censo_Demografico_2022/Previa_da_Populacao/POP2022_Brasil_e_UFs.pdf

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