"Anticorpos são proteínas criadas pelo nosso sistema imune que possuem como principal função garantir a defesa do organismo contra diversas infecções como, por exemplo, as causadas pelos vírus", explica Marco Aurélio Sáfadi, infectologista, pediatra professor da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo e presidente do departamento de infectologia da Sociedade Brasileira de Pediatra. "Há uma diversidade deles e, no caso do novo coronavírus, há dois que são detectados pelos métodos hoje disponíveis comercialmente nos laboratórios. Um deles é o IgM, que o organismo começa a produzir geralmente no final da primeira semana após o início dos sintomas".
Portanto, quando você encontra IgM no sangue de alguém, isso indica que aquela pessoa pegou a covid-19 e que isso não faz tanto tempo assim. Seria uma informação muito preciosa se alguns pacientes não produzissem pouco ou quase nada desse primeiro anticorpo. Ou quem sabe, neles, o IgM seja mais fugaz, não estando presente no dia do exame por azar.
Mais garantido é flagrar o segundo anticorpo, este capaz de permanecer por mais tempo na nossa circulação. Ele se chama IgG. "Mas aí é que está: o IgG só aparece nos testes cerca de duas semanas depois do início dos sintomas, quando a doença já foi embora na maior parte dos que a desenvolveram", chama a atenção Sáfadi. "Importante destacar que os exames sorológicos não se prestam a informar se os pacientes estão ou não transmitindo o vírus."
Segundo o médico e virologista e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro Amílcar Tanuri, isso não tira dos testes de anticorpos o seu papel. “Eles nos ajudam a entender quantos habitantes de uma cidade já contraíram o SARS-CoV-2 em análises epidemiológicas”, aponta. "Ou dizem se eu posso ficar um pouco mais seguro se tenho de cuidar de um parente com covid-19 em casa. Na busca de uma vacina, esses testes (especialmente os que detectam os chamados anticorpos neutralizantes) são ótimos para os cientistas saberem se as pessoas ficaram de fato protegidas ou não", continua. "Mas eles não respondem se alguém deve ser isolado por estar transmitindo o vírus neste momento. Enfim, não apontam quem está doente agora mesmo".
Aliás, esse é outro ponto. "Saber quem está com o SARS-CoV-2 o quanto antes não é só fundamental para evitar mais contaminações. É essencial para nós, médicos, tomarmos medidas mais acertadas", afirma o cardiologista e professor da Pontifícia Universidade Católica do Paraná Rocha Faria Neto. "Se eu sei que o meu paciente, que faz parte um grupo de risco por ter problemas de coração ou ser diabético, está com o vírus, fico ainda mais esperto. Entre outras coisas, posso pedir para essa pessoa comprar um oxímetro, aquele aparelhinho que mede a oxigenação”, conta.
Faz sentido: a quantidade de oxigênio que chega às células do corpo pode despencar de um momento para outro quando uma pessoa, especialmente dos tais grupos de risco, tem a covid-19. Aí, para salvar a vida, é hora de ela correr para um hospital.
Este conteúdo é de propriedade da Abbott, produzido pelo UOL Content_Lab e não faz parte do conteúdo jornalístico do UOL.
Links que o levam para sites fora dos websites globais da Abbott estão fora do controle da Abbott e a Abbott não é responsável pelo conteúdo de nenhum destes sites ou qualquer link que neles exista. A Abbott oferece estes links a você apenas como uma conveniência e a inclusão dos mesmos aqui não figura que estes sites têm o endosso da Abbott.
O website que você solicitou pode, ainda, não estar otimizado para a sua definição de tela.
SIGA A ABBOTT